Reconstruindo a história: estratégias sustentáveis no restauro do Museu Nacional da UFRJ

O restauro do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, situado no icônico Parque Quinta da Boa Vista, é mais do que uma obra — é um projeto de reconstrução da memória e da identidade cultural do país. Sob a coordenação do Projeto Museu Nacional Vive, a iniciativa busca devolver vida a um patrimônio histórico de mais de duzentos anos, devastado pelo incêndio de 2018, incorporando soluções de sustentabilidade de padrão internacional.

O desafio é singular: intervir em um edifício tombado, cujas paredes e sistemas construtivos carregam marcas de diferentes períodos históricos, sem comprometer sua autenticidade. Essa complexidade impôs limites rígidos às decisões de projeto, especialmente no que se refere à climatização e conservação das peças, exigindo um equilíbrio delicado entre preservação e desempenho ambiental.

As simulações de eficiência energética — incluindo cálculos detalhados de cargas térmicas e um estudo minucioso da envoltória — foram conduzidas considerando todas as camadas e intervenções acumuladas ao longo dos séculos. O trabalho integrado entre arquitetura, climatização, hidráulica e elétrica permitiu chegar a soluções coerentes com as características e a história do edifício, e capazes de atender às exigências contemporâneas de eficiência e conforto.

Atualmente em fase de LEED Design Review e com previsão de obtenção do Selo Procel Edificações nível A, o projeto demonstra que é possível restaurar um ícone nacional com a mesma atenção à história e ao futuro, conciliando preservação cultural, inovação técnica e sustentável.