Gestão ambiental e hídrica para conservação em áreas de preservação permanente na sub-bacia do Itajaí-Mirim (SC)
A palestra irá apresentar estudo realizado em dissertação de mestrado onde se analisou a sub-bacia hidrográfica do Rio Itajaí Mirim, em Santa Catarina, afluente do Rio Itajaí-Açú ao longo de 35 anos, com objetivo de compreender a evolução do uso e ocupação do solo, características socioeconômicas dos municípios, conformidade legal e o estado de conservação das Áreas de Preservação Permanente (APP). A metodologia incluiu a análise de imagens, MapBiomas, com a interseção de buffers conforme o Código Florestal, em software QGIS, e a avaliação de PAR simplificado do grau de estresse ambiental no parâmetro de margens.
Os resultados revelaram a redução de 3,5% da classe Formação Natural e de 20% da Agropecuária e a área urbana apresentou um crescimento expressivo de 88%. Entre os municípios, Itajaí e Brusque se destacam pela maior população e polos industriais, enquanto, Botuverá e Vidal Ramos a economia voltada para agricultura e mineração. Nesse processo, Brusque e Itajaí apresentaram redução significativa de áreas naturais, devido a expansão urbana de 121% e 65%. A análise das APP revela conflitos devido à intensa ocupação humana no Rio Itajaí-Mirim e seus principais afluentes e nascentes, em 87%.
A sub-bacia do Rio Itajaí-Mirim sofre forte pressão devido à urbanização e industrialização em áreas de preservação, o que gera grandes desafios para a sustentabilidade e gestão dos ecossistemas aquáticos. Para enfrentar esse cenário, são necessárias ações para recuperação de áreas degradadas, como programas de pagamento por serviços ambientais (PSA), renaturalização, criação de parques lineares, planejamento urbano sustentável, educação ambiental, monitoramento e fiscalização, políticas públicas adequadas, incentivo à agricultura sustentável, criação de uma câmara técnica para sub-bacia no Comitê do Itajaí e realização de estudos técnicos detalhados.